terça-feira, 24 de novembro de 2015

As quatro crises do crescimento do bebê

Primeiro trimestre: período simbiótico

Como começa a crise do primeiro trimestre?

A chegada aos 3 meses é um momento tão marcante que alguns autores falam de dois nascimentos: o biológico, que é o dia do parto, e o psicológico, que acontece quando o bebê completa 3 meses. Esse primeiro trimestre de vida é o que se chama de período simbiótico. "Para a criança, mãe e filho significam uma única palavra 'mãefilho'. É assim que ela entende: como se fossem uma única pessoa", diz, brincando, Leonardo Posternak, pediatra de São Paulo. A partir dos 3 meses, o bebê passa a olhar no olho da mãe, começa a se divertir, imita alguns gestos. Ele começa a sentir que a mãe não é só um bico de peito e, assim, começa a construir a imagem do outro. "É nesse período que a criança percebe que não está enroscado no tronco da árvore - que é a mãe. Ele está perto da árvore. Entende que precisa chamá-la para ter o que necessita - leite, colo ou fraldas limpas. Nessa hora, bate a ansiedade. É como se ela pensasse: 'E agora? E se eu chamar e ninguém escutar? E se esse outro vai embora, o que eu faço?' É aí que começa a crise", explica o especialista.

Como saber se o filho está passando por uma crise?

A melhor maneira é ouvir o pediatra. "Algumas mães chegam ao consultório reclamando que há três dias o filho estava ótimo e, de repente, não quer mais mamar e tenta se afastar quando elas dão o peito. Outras reclamam que o bebê estava dormindo bem, mas, depois dos 3 meses, isso mudou. Ele acorda várias vezes chorando", diz o pediatra. "Há ainda as mães que reclamam que o bebê fica agitado sem motivo. Não quer ficar no colo, no berço, no bebê-conforto. Parece não estar confortável com nada que é oferecido", continua. As queixas normalmente são parecidas e o seu pediatra saberá dizer se o bebê está com algum problema de saúde ou atravessando uma crise.

Quanto tempo dura a "crise do fim do período simbiótico"?

Essa crise dura em torno de 15 dias.

Nesse período, os bebês precisam ser medicados?

Não. Quando a criança atravessa uma crise, é muito importante que ela não seja medicada. "As mães sempre chegam ao consultório achando que a razão do desconforto tem algum aspecto orgânico: cólica, falta de leite, dente nascendo. Então explico que se trata de uma crise, um momento excelente para o crescimento", ensina Posternak.

O que os pais devem fazer durante a crise?

Eles devem ficar calmos e entender que esse período vai passar. "Conhecendo os sintomas, os pais precisam dominar a ansiedade para que a criança não tenha que atravessar esse momento complicado num ambiente angustiante. Lembre-se de que o seu bebê precisa passar por essa crise para poder crescer", explica o pediatra.


Entre 5 e 6 meses: formação do triângulo familiar

Como começa a crise da formação do triângulo familiar?

Por mais que o pai tenha sido presente e ativo desde o nascimento do bebê, ele não teve uma relação tão simbiótica com o filho. Isso se dá por inúmeros motivos. Até mesmo porque ele não dispõe dos meses de licença-maternidade para ajudar nessa proximidade. Então, por volta do sexto mês de vida, o bebê, que já conhece a mãe, começa a reconhecer a figura do pai, dando início à formação do triângulo - e da crise.

Que sintomas a criança apresenta nessa crise?

"A criança tem um pouquinho de transtorno do sono e o apetite diminui um pouco", diz o pediatra Leonardo Posternak. Mas essa crise costuma afetar mais as mães do que os bebês. "Nessa fase, a mãe se dá conta de que, para o filho ser saudável e feliz, ele precisa ter uma relação triangular e não uma relação de cordão umbilical com ela. Afinal, ninguém quer que o filho seja dependente a vida toda. É necessário que alguém corte essa simbiose. E esse é o papel do pai", explica.

Com 6 meses, nascem os primeiros dentinhos. Essa etapa se confunde com a crise?

"Sim. Às vezes, isso acontece. As duas fases se confundem porque a dentição incomoda, dói e torna a criança aparentemente mais agressiva", afirma o pediatra.


Oito meses: separação ou angústia

Essa crise acontece sempre no oitavo mês?

Não exatamente. Essa é a crise do terceiro trimestre. "Embora seja incomum, algumas crianças começam a dar sinais da crise com 6 ou 7 meses. Outras mostram sintomas de angústia com 9 meses. Mas na maioria dos casos isso acontece mesmo no oitavo mês", explica o pediatra Leonardo Posternak.

Por que os pediatras dizem que essa é a crise mais significativa de todas?

"Porque essa é a que dura mais tempo e o transtorno do sono é muito acentuado: a criança pode chegar a acordar 15 vezes durante a noite, desperta muito assustada, com um choro intenso. Alguns pais ficam tão assustados que pensam que a criança caiu do berço porque é um choro diferente, desesperado", esclarece o pediatra.

Quanto tempo dura a crise da angústia?

Demora um pouco mais que as outras: três ou quatro semanas.

Os pais devem levar a criança para dormir na cama deles?

O ideal é que o bebê durma no seu berço ou carrinho desde os primeiros dias de vida. "Dormir na mesma cama se dá mais por ansiedade dos pais do que por necessidade dos bebês. E os pais não dormem tranquilamente, pois ficam com medo de sufocar o filho. Sem contar que isso pode ocasionar um afastamento na vida conjugal", explica Ana Paula Cargnelutti Venturini, mestre em psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Além disso, segundo Ana Paula, a prática pode levar a criança a ficar muito dependente dos pais, buscando uma atenção cada vez maior.

Nessa fase, quando a criança chora de madrugada, é a mãe quem deve atender?

De preferência, sim. O pediatra Leonardo Posternak explica a razão: "Na fantasia do bebê, ele acha que, quando a mãe apaga a luz e fecha a porta, não volta nunca mais. Então, se ele chora durante a noite e é atendido pelo pai ou pela babá, acredita que a mãe não voltará mesmo". A criança precisa passar por isso para ir entendendo que a presença da mãe pode ser seguida de ausências. "Nessa fase, é oportuno que não ocorram trocas dos cuidadores. Além de acordar assustado, o bebê pode reagir à presença de estranhos, chorando ou estranhando o colo", reforça Ana Paula Cargnelutti Venturini. "A mãe deve tentar acalmá-lo no próprio berço para não alterar substancialmente sua rotina", ela sugere.

Quais os sintomas da crise da angústia?

Basicamente os mesmos das outras crises: alteração do sono, perda de apetite e agitação. "O sono é o que mais perturba. Além disso, a criança come muito mal, pior do que nas outras fases. E às vezes faz até pequenas greves de fome", comenta Posternak.

Qual a importância do objeto de transição nessa fase?

Nesse período de angústia, a criança começa a se apegar a algum objeto: pode ser um paninho, uma chupeta específica, um brinquedo. "Esse objeto representa a mãe e é bom que ela brinque com o ursinho, por exemplo, que dê beijo, que deixe nele o seu cheiro. Isso vai ajudá-la a entender que à noite as coisas não desaparecem. A mãe pode sumir, mas o objeto continua ali e vai estar com ele quando acordar. Isso ajuda o pequeno a entender que esse afastamento não é uma perda", ensina o pediatra.

Como ajudar a criança a escolher o objeto de transição?

Os pais não precisam se preocupar em estimular a escolha, que é feita naturalmente pelo bebê. "É importante que o objeto resista às agressões da criança e que ela mesma o reconstrua. A mãe não deve lavá-lo nem tentar consertá-lo", explica a mestre em psicologia.


1 ano: ambivalência dependência/independência

Como é a crise do primeiro ano?

Esse período coincide com o andar: a criança quer caminhar, quer ser independente, mas ainda precisa de colo. "Ela já se sente capaz de explorar o ambiente, já abre gavetas, tira todas as roupas de dentro, mas ainda não vai muito longe da mãe. A crise se dá por essa vontade de ser independente e a necessidade de ser, ainda, dependente".

Quais são os sintomas dessa crise?

"As mães chegam ao consultório reclamando que a criança começou a acordar à noite, a não comer e a ficar muito agitada durante o dia", diagnostica o pediatra Leonardo Posternak.

Os pais devem estimular a criança a caminhar?

Estimular, sim, mas jamais forçar. "O cérebro e as pernas ainda não estão combinados. Ela quer, porém não consegue, e isso gera angústia. A criança deve caminhar quando ela achar que pode", alerta.

Como as mães devem lidar com as crises?

"Não existe uma receita ideal. Como todo relacionamento, é preciso adaptação, tranquilidade e equilíbrio, além de um ambiente saudável e acolhedor. Essas fases podem ser difíceis, mas são extraordinárias e marcantes", finaliza Betina Lahterman, pediatra da Universidade Federal de São Paulo.

Fonte: Site Bebê Abril

sexta-feira, 20 de março de 2015

Amamentação de um Fissurinha

A amamentação tem todo seu início na primeira hora de vida. É o momento em que o bebê passa por um período de adaptações e de reconhecer o novo mundo, além de trocar o primeiro olhar com sua mãe. Este momento é dividido por alguns estágios tais como choro, relaxamento, despertar, atividades, descanso, tateado, familiarização, sucção e o sono.
O contato pele a pele entre mãe e bebê na primeira hora de vida é mágico, e tem todo um fundamento para estimular a produção e liberação do leite materno o mais precoce possível. O bebê deve ser levado ao corpo da mãe o mais precoce possível após o parto, para que assim seja estimulada a produção hormonal de prolactina e ocitocina para a produção e conseqüentemente a liberação do leite materno do seio para a boca do bebê.
O bebê fissurado tem o mesmo instinto de sobrevivência do que qualquer outro bebê, e se não tiver outra síndrome associada ou alguma dificuldade neurológica, ele nascerá sabendo sim o que deve fazer e como sugar. Porém, terá muita dificuldade, pois a abertura do palato impede o que chamamos popularmente de vácuo, ou pressão negativa. Dependendo da fissura o bebê consegue mamar no peito. Infelizmente é a minoria, principalmente nos casos de fissura no palato. 
O ideal nessa fase é você se preparar com antecedência e procurar ter conhecimento de todos os métodos de amamentação para fissurados antes dele nascer. Não estou dizendo pra sair correndo e comprar todos os tipos de bicos, colheres e seringas não. Calma!!

Maternidade:
Meu primeiro conselho é que você visite a maternidade onde pretende ter seu bebê e já dar uma conversada com a equipe sobre o parto com bebês fissurados, quais os procedimentos usam, quais profissionais que acompanham entre outras dúvidas, pra não surgir nenhuma surpresa na hora do parto como foi o meu caso (vou contar essa história depois). Outro conselho é ter muita calma e paciência. A "descida" do leite materno vai de mãe para mãe, em algumas mulheres já se começa a "vazar" antes mesmo da chegada do bebê e em outras podem levar alguns dias após o nascimento. O meu leite demorou em torno de 4 a 5 dias após a chegada do Arthur para descer. Quando o seu bebê chegar, procure toda a ajuda possível da equipe do Banco de Leite da própria maternidade e de um fonoaudiólogo, eles serão seus melhores amigos nas primeiras horas de vida do bebê. O fono que vai analisar a sucção do bebê e procurar a adaptar o melhor jeito de mamar e um bico específico para mamadeira caso o peito não está dando certo e a equipe do Banco de Leite vai auxiliar em massagens e os melhores métodos de extração do leite da mama.

Fotos: Equipe do Banco de Leite ("Amigos do Peito") junto com a Fono testando os bicos de mamadeiras.




Mamadeiras:
O bebê fissurado ingere mais ar durante a mamada do que uma criança normal. Isso é fato. Existem no mercado mamadeiras que vem com um sistema que ajuda a expelir o ar durante a mamada. Como exemplo é a mamadeira da marca Dr. Brown's, excelente para fissurinhas. Não tive problema nenhum com o Arthur com cólica e gases e segundo alguns pediatras a mamadeira ajudou muito. Além disso, ela é ótima por que encaixa perfeitamente os bicos específicos de fissuras.



Vídeo sobre o funcionamento da mamadeira Dr Brown's:


Bicos de Mamadeiras:
Muitos especialistas indicam que se use com os bebês fissurados os bicos ortodônticos (número 2 para líquido engrossado), mas no caso do Arthur ele não se adaptou não. Com o auxílio da fonoaudióloga e a equipe do Banco de Leite na maternidade mesmo, nós testamos bicos de mamadeiras de todos os tipos pra descobrir qual se encaixava melhor, e então decidimos pelo bico da NUK para Fenda Palatina. Mas existem variações de bicos, são eles:
Bico Ortodontico número 2 para líquidos engrossados

Bico Especial NUK para Fenda Palatina (bico usado pelo Arthur).

Bico Especial NUK para Lábio Leporino.

Chuquinha: algumas mães se identificaram com a chuquinha.

Dicas Importantes:
a) Além de encontrar o bico mais adequado, você precisa saber que o fissurado deve mamar sentado ou no máximo semi-sentado para não aspirar o leite e para evitar acúmulo de leite na região do ouvido, que é muito próxima do nariz (que está ligado a boca no fissurado). Não escute pessoas mal informadas e de baixo astral que falam que o perigo ronda 24 horas por dia um fissurado, que a mamada é terrível e perigosa. Fiquei paranóica quando uma mãe me disse que desde que o bebê nasceu ela não dormia mais e revesava com o pai da criança para assistir o sono do bebê, com medo dele se afogar e morrer. Não ouça mesmo!!! Estando o bebê na posição adequada, meio caminho andado.
b) Você deverá auxiliar seu bebê na mamada, ou seja, você irá apertar levemente a mamadeira (se for flexível) ou o bico para facilitar a saída do leite, pois a mamada é muito cansativa para o bebê. Aliás não se assuste ao ver seu bebê cansadinho durante ou após a mamada, isso acontece mesmo. Na dúvida, consulte seu pediatra para saber se está tudo bem com seu bebê.
c) O bico deve ser introduzido até que a parte mais "gordinha" esteja na entrada da boquinha do bebê, isso vai auxiliar a sucção.
d) Observe o movimento realizado pelo bebê: ele deve sugar e engolir algumas vezes e fazer pausa.
e) Para que o bebê fique sentado, você pode apoiar a cabecinha dele no seu braço ou com a mão ou ainda sentar-se com os pés no assento onde você está (faço isso sentada na cama) e deixar o bebê recostar-se em suas coxas (ele ficará sentadinho e você com uma das mãos livres, o que é ótimo!!!). Descubra outras opções, você e seu bebê descobrirão a melhor forma de amamentar.
d) Ofereça a mamadeira em intervalos menores (2 em 2 horas, por exemplo) e não a cada 3 horas, porque o fissurado "engole" muito ar durante a mamada e se sente "satisfeito". Depois que arrota e digere o leite ingerido, lá vem a fominha de novo. Insista, persista e não desista!!!
e) Não tenha medo; você é mãe!

Posições para a Amamentação:
- Sentado (Cavalinho):


- Semi Sentado (apoiado no braço da mãe e sentado no colo):


Fotos Arquivo Pessoal: Primeiras mamadas no peito do Arthur...
Não foi por muito tempo que meu fissurinha mamou no meu peito, mas cada momento foi único pra mim...

Na maternidade.

Em casa.

Agora eu quero saber de você, como foi sua experiência na primeira mamada do seu bebê? Quais suas dúvidas e seus medos??

domingo, 15 de março de 2015

No dia que meu Príncipe chegou...


"Nunca na minha vida acreditei que pudesse existir um Príncipe Encantado, daqueles dos contos de fadas, que naturalmente são lindos e perfeitos. Daqueles que quando se olha pela primeira vez a gente se apaixona. Daqueles que são valentes e guerreiros. Nunca, algum dia se quer, imaginei que eu passara parte da minha vida esperando por um Príncipe Encantado.
E no dia 07/07/2014 meu príncipe chegou. Me apaixonei quando o vi pela primeira vez, foi uma emoção muito forte. Toda a dor que estava sentindo até então, desaparecera num piscar de olhos. Meu príncipe chegou aos meus braços pesando 3.100 kg e com 50 cm. Chegara da forma mais natural possível, no dia e na hora que ele quis, às 5:50h da manhã, após 12h de sofrimento. 
Meu príncipe é o maior de todos os guerreiros que já conheci nessa vida. Trouxe com ele uma lição de vida que me faz ficar pequena diante de toda a sua luta.
E eu o amo incondicionalmente. Por ele sou capaz de suportar todas as dores que esse mundo pode me trazer. 
Difícil acreditar que esse Príncipe tão lindo e que me deixa tão deslumbrada foi gerado dentro de mim. 
Príncipe Arthur, você me deu a incrível missão de ser sua mãe e jamais vou te desapontar. Papai e eu vamos cuidar de você. Nós te amamos."


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Depoimento: Tatty Vieira

Bom dia...
Se você tem algum fissurinha em casa, pode ser filho, irmão, sobrinho, parente ou amigo, e quer dividir sua experiência, mande um e-mail pra nós: anapaulamazeto@gmail.com que vamos publicar aqui. 
Assim fez a Tatty, que mandou contando um pouquinho da sua história e do seu irmão Fábio, hoje com 14 anos:
"Oi Ana! Adorei seu blog, infelizmente não é um assunto muito comentado né. Meu irmão nasceu com lábio leporino e fenda palatina, em nenhum ultrassom que minha mãe fez ela viu ou informaram a ela, no dia do parto, tiraram meu irmão e mostraram pra ela de uma vez, resultado: quase perdemos minha mãe na sala do parto. Nós nunca tínhamos visto ou ouvido falar, minha mãe teve um susto enorme!! Precisando até de doadores de sangue, imagina um momento tão delicado, tão sensível pra mulher não fizeram nem uma preparação com ela, mas hoje meu irmãozinho lindo Fábio tem 14 anos e é o amor da nossa vida!! Ele não mamou no peito e pouco pegava a mamadeira, minha mãe o alimentava na colherzinha especialmente depois das cirurgias, com 3 meses ele fez a primeira cirurgia pra fechar os lábios, lá no Centrinho em Bauru-SP e até hoje ele faz o tratamento lá, é um pouco demorado a evolução, as vezes ele vai la só pra tratar com dentistas, mas são profissionais fantásticos que sempre estão prontos para tirar dúvidas ou apenas dar um ombro amigo. Hoje em dia que tudo é a perfeição não digo que é fácil não, meu irmão é muito tímido, não sei se por isso ou da natureza dele mesmo, mas, o amor que sentimos por ele é maior que qualquer obstáculo que ainda vamos enfrentar! :) e devo dizer que vocês pais (ainda não sou) são muito guerreiros, tiram força de onde parece não ter! Quero deixar aqui parabéns pela sua iniciativa e pelo seu filhinho lindo!! Boa sortee! - Tatyane"
Uma pena que a Tatty não nos mandou uma foto, mas já valeu muito conhecer sua história.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Como eu descobri?

Quando descobri que estava gestante do Arthur eu entrava na 8ª semana de gestação. Assim que soube, procurei um médico pra iniciar o pré natal e fazer os exames necessários. Fiz todos os exames certinho como em qualquer gestação tem que ser, fiz todas as ultrassons nas datas correspondentes de cada uma. Foi então que eu fiz a Ultrassom Morfológica com 28 semanas de gestação.
Eu já sabia o sexo, mas a morfológica confirmou: era um menino!!
O exame seguia tranquilo, eu estava acompanhada dos meus pais (nesse dia meu marido não pode ir). Ouvimos o coração, vimos as mãozinhas dele e todo o resto.
Quando chegou na parte do rostinho, a médica que estava fazendo o exame disse que ela precisava confirmar uma coisa que ela viu mas que aquele aparelho não era o suficiente. Então pediu que eu aguardasse lá fora até que liberasse o aparelho de imagem 3D.
Isso já me assustou e muito. Mas fiquei esperando a outra sala liberar. Esperamos uns 40 minutos mais ou menos até ela me chamar novamente. Começou o exame e em menos de dois minutos ela já confessou: "seu bebê vai nascer com uma deficiência no lábio, ele tem lábio leporino". Confesso que eu não sabia o que se tratava e ainda estava tentando assimilar o que a médica continuava dizendo sobre o assunto quando eu ouvi ela dizer a seguinte frase: "ele não vai conseguir se alimentar...".
Esse foi o meu choque. Naquele momento eu perdi o chão. Não pela deficiência, estética nada, foi o fato do meu bebê não se alimentar. 
Chorei muito, meus pais também ficaram sem reação mas tentavam me acalmar. Liguei pro meu marido mas mal conseguia falar no telefone. Ele foi pra casa assim que soube.
Quando ele chegou expliquei pra ele o que estava acontecendo, tentava me acalmar, mas a frase dita pela médica ficava repetindo na minha cabeça. Tinha medo do meu bebê realmente não se alimentar.
Então meu marido e eu decidimos rezar juntos. E confesso que não é coisa de filme, mas naquele momento o Arthur deu seu primeiro chute na minha barriga, então meu marido disse: "ele está tentando te acalmar, dizendo que vai ficar tudo bem!".
A partir daí, começamos a nos preparar pra chegada dele. Conheci pessoas que passaram por essa experiência e comecei a procurar algum tipo de tratamento. Mas esse assunto falaremos depois.
Quando se está gestante, não é fácil receber uma notícias dessa. Queria saber como foi a experiência de vocês.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

O que é a Fissura Labiopalatina?

Popularmente conhecida como lábio leporino (por lembrar a boca de uma lebre), a fissura labiopalatina é uma abertura na região do lábio e/ou palato do recém-nascido ocasionada pelo não fechamento destas estruturas na fase embrionária, isto é, entre a 4ª e a 12ª semana de gestação.
Existem várias causas para fissuras. Dentre elas, estão: fator de hereditariedade, doenças durante a gravidez (sífilis, rubéola, por exemplo), alimentação inadequada da futura mãe, uso de drogas, álcool ou cigarro entre outras.
Essas fissuras são divididas em quatro categorias:
1 – Fissura pré-forame incisivo – são aquelas exclusivamente labiais (Unilateral, bilateral ou mediana) que podem variar em grau, desde um simples vermelhão até a fissura completa, com o comprometimento do assoalho nasal até a arcada alveolar.
As fissuras pré-forames podem apresentar-se nas seguintes formas: Fissura unilateral pré-forame incisivo completa; Fissura bilateral pré-forame incisivo completa; Fissura unilateral pré-forame incisivo incompleta; Fissura bilateral pré-forame incisivo incompleta.
2 – Fissura pós-forame incisivo – são as fendas palatinas em geral medianas, que podem se situar apenas na úvula, se estender ao palato mole ou, como é comum envolver o palato duro.
3 – Fissura transforame incisivo – São as de maior gravidade, unilaterais ou bilaterais, e atingem lábio, arcada alveolar o palato duro. 
4 – Fissuras raras de face – São as obliquas, do lábio inferior ou do nariz, entre outras.


sábado, 24 de janeiro de 2015

Vamos dar Boas Vindas???

Oi... Tudo bem?
Meu nome é Ana Paula. Moro em Cuiabá-MT e sou mãe do Arthur.
Meu filho nasceu com fissura labiopalatina e descobri ainda na gestação.
Quando descobri a má formação dele, não sabia nada sobre o assunto (pra ser sincera eu nem sabia o que era e nunca tinha visto). Entrei numa numa paranoia de procurar entender o que era e ler alguns artigos entre outras informações. Foi quando percebi que isso é tão comum e tão próximo.
Mas, se hoje você mamãe, quiser encontrar alguma coisa do que é, vai perceber que a maioria dos sites e artigos que trazem o assunto são de termos bem científicos. Nenhum ou quase nada traz o assunto de forma vivenciada, com experiência de mães ou de pessoas que nasceram com a fenda labiopalatina.
Então tive a ideia de criar esse blog contando uma pouco mais da minha experiência de ter um "fissurinha" em casa, das dificuldades, das alegrias e das tristezas. Falar do tratamento e onde podem encontrar.
Espero que sirva para esclarecer muita coisa para quem, assim como eu, também procurou informações.
Sejam bem vindos ao Fissurinhas!!!